Alta no preço das passagens aéreas: O que fazer neste cenário?
*Leonardo Bastos
Passada a crise provocada pela pandemia do covid-19, as companhias aéreas estão sofrendo uma nova dificuldade devido ao preço do querosene de aviação (QAV), na esteira do aumento do petróleo.
No ano passado, quando o petróleo subiu 54%, o combustível teve um reajuste de 76,2% no preço. Para níveis de comparação, Diesel teve 56% de aumento, Gasolina 42% e GLP 36%. Neste momento, com o petróleo registrando uma alta de 45% no acumulado de 2022, existe a tendência de que as empresas elevem os preços das passagens e também tenham de reduzir as operações para conseguir atravessar esse período.
O que acontece é que o combustível do avião representa 25% do custo de um voo, ou seja, se esse produto aumenta, gera um impacto diretamente no preço final das passagens aéreas.
Imagem: Divulgação/Abear
Essa alta provém muito da guerra entre Rússia e Ucrânia. A Rússia é um país de grande importância geopolítica, grande o suficiente para que os efeitos causem sequelas nos negócios da aviação e demais segmentos.
Os principais impactos causados na aviação em um primeiro momento são tarifas de combustível, câmbio, e preço de commodities relevantes para a indústria, como o titânio, que é necessário para a fabricação de aviões.
Diante disso, haverá um aumento das tarifas aéreas. Além, além de outros reajustes, como já vimos com as bagagens da LATAM, que foram reajustadas no dia 14/03, conforme e-mail abaixo:
Mas sabemos o que as empresas podem fazer visando já esse horizonte de 2022?
Negociação com os fornecedores aéreos:
Apesar do aumento de custo, ele ocorrerá em todas as companhias aéreas. As margens das cias aéreas continuarão “apertadas”, com o aumento do valor da passagem aérea, cai também a quantidade de pessoas interessadas em utilizar este serviço, com isso, as cias aéreas tendem a “brigar” cada vez mais por Share, em virtude da diminuição da demanda. Graças a isto, as cias aéreas tendem a incentivar mais ainda as empresas, com o objetivo de aumentar seu market share dentro das empresas que utilizam serviços aéreos, e como eles fazem isso? Concedendo um desconto em troca de participação, ou seja, preferência de compra.
Essa é uma prática comum no mercado, e deve ser potencializada neste momento onde a demanda será menor do que a projetada, caso tenha algum parceiro comercial, ou seja, uma agência de viagens, esse é o momento da agência tentar um acordo corporativo para sua empresa.
Antecedência de compra
Sem dúvidas aqui é onde haverá bastante impacto no custo de uma passagem aérea. O motivo? A precificação da cia aérea é baseada na antecedência vs % vendido.
Vejamos: Imagine um voo específico que acontecerá daqui a 6 meses. O sistema faz a seguinte análise: quantos % deveria ter vendido com 6 meses de antecedência? Vamos imaginar que seja 10%, se a cia aérea vendeu só 8%, ela tende a precificar a passagem mais barata, para que chegue mais rápido ao seu orçamento previsto.
Se 6 meses antes do voo a cia aérea já conseguiu vender 15% dos assentos, o preço da passagem será mais cara, essa precificação é realizada de forma automática por um algoritmo e para todos os voos disponíveis.
Além deste dois pontos, vale a pena ler esses dois conteúdo do nosso blog Indicadores de viagens corporativas e O self-compliance e as viagens corporativas: Saiba como ele pode te ajudar!
*Leonardo Bastos é CEO da Kennedy Viagens Corporativas